Bem-Estar e Saúde Mental nas Organizações

Bem-Estar e Saúde Mental nas Organizações

Você já deve ter ouvido aquele ditado que diz: “Da porta para dentro, esqueçam seus problemas”. Separar a vida pessoal e profissional foi, durante muito tempo, uma obrigação e não deixar os problemas de um âmbito interferirem no outro se tornou uma máxima nas gerações passadas.

Felizmente, porém à duras penas, chegamos à conclusão que é impossível fragmentar o comportamento humano e nossa estrutura mental. Levamos conosco uma carga emocional em qualquer situação e quem disser que consegue bloquear totalmente seus sentimentos estará mentindo.

Apesar de já sabermos disso, ao meu ver, as organizações ainda pecam muito quando se trata de oferecer um sistema de suporte ao colaborador que está passando por alguma dificuldade, principalmente se esta for de âmbito pessoal. Ainda não estamos acostumados a estender a mão e a compreender a dor do outro e a lidar de forma institucionalizada e sistematizada com o Bem-Estar.

Os setores de Recursos Humanos até podem tentar, mas muitas vezes acabam caindo da informalidade das relações, o que prejudica seu funcionamento pleno, e pode gerar problemas maiores tanto ao colaborador quanto à empresa. Não é interessante gerar uma relação de dependência emocional aqui.

Os índices de depressão e transtorno de ansiedade, burnout, além de outras doenças, estão subindo astronomicamente, e parece que as políticas para conter tais epidemias estão longe de ser parte das organizações. O custo de colaboradores doentes é muito mais alto do que o investimento em sua saúde mental.

Não falo APENAS em horários mais flexíveis, menor jornada de trabalho, bom clima organizacional. Isso é o trivial. Falo em um ambiente acolhedor, compreensivo, que investe recursos em políticas de conscientização e prevenção em saúde mental e uma preocupação em capacitar seus gestores para um olhar crítico acerca do assunto, de forma que estejam aptos a identificar dificuldades, compreender as individualidades e propor soluções afetivas para tais questões.

Parece ser muito simples, mas sabemos o quão difícil é encontrarmos tal realidade nas empresas privadas do nosso país. O resultado muitas vezes substitui o foco nas questões mais fundamentais. É preciso compreender que bons resultados aparecem de organizações saudáveis e produtivas. Para isso, nada melhor do que investir na saúde física e mental de seus colaboradores.